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Omar afirma que Hospital Municipal é de primeiro mundo

Horas mais tarde, paciente é flagrado no chão em meio a restos de comida

O Hospital Municipal está de novo no centro das discussões políticas de Americana. No domingo (20), dois fatos voltaram as atenções ao principal local de atendimento público de urgência e emergência na saúde municipal. Pela manhã, o prefeito Omar Najar (MDB) postou em uma rede social um vídeo no qual diz que o atendimento no HM não deve nada aos hospitais de primeiro mundo. Cerca de 4 horas depois, a postagem de uma outra internauta mostra um paciente deitado no chão de um dos quartos, em meio a restos de comida.

O vídeo do prefeito enaltecendo as qualidades do HM foi gravado durante a inauguração da reforma da nova recepção do local, que passou por reformas. “Se não teve a oportunidade, seria interessante aproveitar a vinda aqui pra fazer uma visita. Que é um hospital de primeiro mundo. Qualquer país do mundo que você vai, nós somos iguais. Nós temos um local confortável para todos, que têm que ter esse carinho especial quando se está doente”, afirmou. “Temos procurado fazer cada dia que passa o melhor e mais humano”, completou.

“Se não teve a oportunidade, seria interessante aproveitar a vinda aqui pra fazer uma visita. Que é um hospital de primeiro mundo. Qualquer país do mundo que você vai, nós somos iguais”.

Omar Najar

 

Paciente no chão em meio a restos de comida

Poucas horas depois de o vídeo cair na rede, a internauta Francine Parmejani postou uma foto que confrontou o discurso de Omar. Nela, um paciente está no chão do HM – aparentemente em um dos quartos – em meio a restos de comida e uma garrafa de água. A legenda diz que a pessoa, descrita como morador de rua, estava desassistida no hospital e cobra uma postura do prefeito a respeito da situação. Até a manhã desta segunda-feira (21), o post já tinha mais de mil compartilhamentos.

 

Demissões reduziram o quadro do Hospital Municipal

Para uma análise ampla do quadro, é preciso voltar no tempo em duas situações. A primeira, de 2016, foi a demissão de 78 servidores públicos que estavam em estágio probatório (ou seja, em período de experiência). A determinação de Omar Najar afetou diretamente ao menos oito trabalhadores que eram da Saúde, entre eles enfermeiro, técnicos de enfermagem e cozinheiros.

Como não foram feitas novas contratações, o fato é de que houve redução na mão de obra e, consequentemente, acúmulo de trabalho para os servidores que ficaram. Assim, as equipes que sobraram precisam conciliar o atendimento de rotina nos quartos aos chamados da emergência, como pessoas infartadas, vítimas de AVC, acidentes e gestantes para dar à luz.

 

Omar já mandou “fechar aquela m…”, afirmou amigo

Mais recentemente, outro fato merece lembrança. Em depoimento oficial à CEI da Saúde, que investiga o desvio de verba pública, duas pessoas que atuaram diretamente na Administração Municipal atual afirmaram aos vereadores que o prefeito Omar Najar em várias situações esbravejou e ordenou “fechem aquela m…”, referindo-se ao HM de forma pejorativa. Entre esses dois depoentes, um é o médico Nilton Lobo, amigo pessoal do prefeito e que foi diretor da Fusame e secretário municipal de Saúde.