Entre as informações fornecidas aos procuradores da Lava Jato por Joesley Batista e pelo ex-diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, uma das que mais trouxe espanto diz respeito a lista de 1.829 políticos eleitos do país, que segundo os delatores receberam propina.
A lista entregue a Procuradoria Geral da República foi divulgada na terça-feira (23).
Segundo Saud, um valor de R$ 600 milhões foi distribuído como pagamento indevido a 28 partidos de 35 existentes hoje no país. Na lista constam nomes de governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
Um dos nomes é o do americanense Francisco Sardelli, deputado estadual do Partido Verde, que segundo a lista divulgada pela JBS, recebeu R$ 460 mil na eleição de 2014.
Na prestação de contas do deputado Chico Sardelli, consta um repasse por transferência eletrônica da Comissão Executiva Municipal Provisória do Partido Verde, onde o doador original é a JBS, no valor de R$ 450 mil.
O delator não deu o valor total das propinas de forma precisa, mas estimou que “de quase R$ 600 milhões, apenas R$ 10 milhões ou R$ 15 milhões não eram propina”. Para ele, os beneficiados sabiam da origem ilícita dos recursos.
O Política das Cidades questionou o deputado e sua assessoria ontem (25), às 23h58 através dos e-mails disponibilizados em seu site (chicosardelli@al.sp.gov.br e imprensa@chicosardelli.com.br). Abaixo, segue resposta:
“As doações da empresa JBS foram repassadas ao Partido Verde, que por sua vez transferiu para diversos candidatos a deputado estadual e federal nas eleições de 2014. A prestação de contas da minha campanha foi aprovada pela Justiça Eleitoral e está disponível na internet desde 2014 com detalhamento de todas as fontes doadoras e valores (http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2014/prestacao-de-contas-eleicoes-2014/divulgacao-da-prestacao-de-contas-eleicoes-2014). Esclareço ainda que o montante doado foi transferido na totalidade para minha campanha, conforme declarado à Justiça Eleitoral, e está dentro da legalidade”, Chico Sardelli, deputado estadual.